Porte de celular e ausência de privacidade
Praticamente todo mundo hoje possui e porta celular em tempo integral. Saiba que o seu celular está constantemente enviando a sua geolocalização para a empresa provedora do serviço. E essa informação fica armazenada por um determinado tempo.
Essa informação costuma ser vendida para empresas que fornecem serviço de marketing ou disponibilizada para governos.
Dessa forma, você, portador do celular, está sob eterna vigilância por terceiros, sejam esses entes privados ou públicos.
Assim, você se torna vulnerável em vários aspectos, quer em relação ao assédio através de propaganda massiva, quer em relação à sua segurança privada.
Um terceito mal intencionado que tiver acesso ao histórico da sua geolocalização pode organizar um plano de sequestro ou de qualquer outra forma de abordagem física violenta.
Em relação ao fato ocorrido no dia 08/01/2023, no Brasil, mais precisamente em Brasília, houve determinação do Ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal, para que as empresas de telefonia guardem as informações de geolocalização de todas as pessoas que estiveram em Brasília.
Isso mesmo, você não leu errado. De todas as pessoas que estiveram em Brasília. Assim, mesmo as pessoas que não participaram de atos considerados crimes, terão seus dados armazenados para disponibilização às autoridades públicas do Distrito Federal ou da União Federal. E qual será o uso efetivo desses dados? O uso será limitado às investigações? Qual será o critério para a investigação, a mera presença em Brasília em um determinado dia? Esses dados serão disponibilizados (de forma intencional ou não) para terceiros?
A questão da privacidade é um tema relevante e pouco debatido no Brasil. Muitos dirão que quem não deve não tem o que esconder, esquecendo-se de que esses dados podem colocar a pessoa comum em perigo, pois pode ser alvo de terceiros, conforme acima mencionado.
O fato que precisa ser pensado por todos é o seguinte: vivemos sendo monitorados pelas empresas de tecnologia e os dados acabam virando mercadoria ou recurso importante para atos contra o cidadão. Você se incomoda com isso?